sábado, 27 de outubro de 2012

Mãos que voam

Hoje aprendi que a poesia é ainda mais bela quando sai das mãos de meninos como eu.
Conheci o Daniel Chavinha e a Luana Matias... como são lindos os meus novos amigos!
Decididos subiram à frente de uma sala cheia e as mãos voaram, as caras iluminaram-se e contaram histórias que todos entenderam... menos EU!
Fiquei triste!
Trago dentro de mim as mãos da minha outra mãe - a Joana...
Como o Daniel e a Luana, ela fez de mim um poema vivo. E eu tenho muito orgulho nisso... mas a verdade é que eu não me sei ler.
A minha outra mãe, a Neuza, ajudou-me nessa tarefa. Criou legendas glosadas. São legendas que colocadas sobre o vídeo explicam os gestos usados para que eu exista em Língua Gestual Portuguesa. Com algum tempo vou aprender a ler mãos que voam. Prometo!

Sala cheia durante a apresentação de "o menino dos dedos tristes" na Escola Superior de Educação de Coimbra






Ah... esqueci-me de vos dizer... isto passou-se hoje, durante as Iªs Jornadas de Língua Gestual, na Escola Superior de Educação de Coimbra.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A minha apresentação pública


Na 6ª feira, dia 12 de outubro, a minha mãe fez uma grande festa para me apresentar aos amigos. Juntámo-nos todos na Biblioteca José Saramago, do Instituto Politécnico de Leiria. Foi um momento feliz!



















Apareceu muita gente para me conhecer... meninos pequenos, meninos grandes, os pais, os avós, os amigos... Eramos mesmo muitos!

Os mais pequeninos sentaram-se no chão a colorir desenhos e os mais velhos espalharam-se pela sala para ouvir o que se dizia sobre mim. E contaram-lhes o meu maior segredo... (querem saber?)... é que eu sou um livro. Mas um livro muito especial... eu sou um LIVRO MULTIFORMATO. Aposto que não sabem o que isso é!
Eu posso ser feito em Braille ou em SPC e até me podem ouvir ou ver num vídeo com LGP. Basta abrirem o CD que trago na capa. Lá encontram tudo o que precisam para me darem vida em formatos alternativos. Volto em breve para vos contar mais sobre mim próprio. Prometo! 


Para já, mostro-vos mais um pouco da minha festa. A minha amiga Liliana Gonçalves tirou muitas fotografias e fez um mosaico com alguns pormenores. Vêem como estava muita gente? E reparem bem, a Tânia Bailão Lopes (a minha outra mãe) fez-me em 3D, a mim e à Rita, para nos poderem conhecer melhor. No fim, enquanto a minha mãe me assinava, uma e outra vez, os meus amigos comeram um bolo que contava o meu futuro de mil aventuras.




















Digam-me se gostaram da minha festa. Eu cá diverti-me imenso! 

Como nasci

Fui sonhado pela minha mãe há algum tempo já...  bem antes de ser dado a conhecer a alguém (contou-me ela!).
Ela fez-me nascer num traço contínuo, sentada a uma mesa lá em casa, numa tarde cansada. Tinha passado o dia com meninos e meninas que com ela viviam a magia da leitura. Lá conheceu uma menina chamada Ana Rita que lhe segredou que gostava muito de ler, mas que não havia livros para ela. 
A Ana Rita é uma miúda bem catita que, como eu, lê com as pontas dos dedos. As pessoas ficam admiradas com a nossa mestria. Conseguimos ler os piquinhos impressos nas folhas de papel. 
Abram-me e experimentem!
É muito divertido!